PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL

Tópicos Atuais em Ciência e Cultura

JC 003 | Tópicos Atuais em Ciência e Cultura

Docente: Profa. Dra. Márcia Maria Tait Lima
Horário: Sexta-feira - das 09h às 13h
Local: sala de aulas do Labjor


Semestres em que a disciplina foi oferecida: 2016 - 1º semestre.

Epistemologias situadas e engajadas – corpos, contextos e políticas na produção de conhecimentos e futuros possíveis

O curso estará voltado a pensar a produção de conhecimentos a partir de algumas “epistemologias situadas e engajadas” desenvolvidas por teóricos/as e coletivamente (movimentos sociais, organizações, coletivos, associações, etc.). O termo situado refere-se principalmente a perspectivas feministas sobre geração de conhecimento parcial, mas também a produção de ações coletivas latino-americanas. O termo engajado é utilizado como forma de instigar a proliferação de conhecimentos que reconheçam como política e eticamente comprometidos e apoia-se em abordagens sobre a descolonização do conhecimento, pluralidade metodológica e nas ações-reflexões de movimentos de mulheres indígenas e campesinas pela emancipação/autonomia e defesa de seus territórios. Os dois adjetivos, que acompanham a palavra epistemologia no plural, são trazidos para provocar rupturas com a noção de epistemologia e ciência únicas e permitir a discussão do gênero, raça, etnia, sul-norte. Pretende-se articular as discussões em torno de novas abordagens e respostas para o conflito “capital/vida” ou relações natureza/conhecimento/desenvolvimento. Como metodologia, além de leitura de artigos acadêmicos, serão exibidas algumas produções audiovisuais e selecionados para leitura materiais jornalísticos e informações sobre mobilizações sociais recentes. O curso exige boa compreensão do espanhol.

Bibliografia (parcial)

Carrasco, C. (2003) “A sustentabilidade da vida humana: um assunto de mulheres?” in A produção do viver. Nalu, F.; Nobre M. (Orgs.). São Paulo: SOF.

Daron, V.; Collet Z. (2008). Mulheres Camponesas em defesa da saúde da vida. Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Região Sul. Brasília: MDA Comunicação Integrada.

Farah I. H. e Vasapollo L. (cord.) (2011) Vivir Bien: Paradigma no capitalista? La Paz: CIDES/UMSA.

Fernandez, B. M. (2008) A Epistemologia de Hugh Lacey em diálogo com a Economia Feminista: neutralidade, objetividade e pluralismo. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 359-386, jan. 2008. ISSN 0104-026X.

Harding, S. (1998). ¿Existe un método feminista? In E. Bartra (Ed.), Debates en torno a una metodología feminista (pp. 9–34). México: Universidad Autónoma Metropolitana-Unidad Xochimilco.

Haraway, D. (1995). “Saberes localizados: a questão da ciência para o Feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu, número 5, pp. 7-41.

Keller, E. F. (2006). “Qual foi o impacto do feminismo na ciência?” Cadernos Pagu, número 27, pp. 13-34.

Lacey, H.; Barbosa Oliveira, M.; Prefácio Shiva, V; Biopirataria: A pilhagem da Natureza e do Conhecimento. São Paulo: Vozes.

Mendoza, Breny (2010): “La epistemología del sur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano”. En Espinosa Miñoso, Y. (coord.): Aproximaciones críticas a las prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano. Buenos Aires: En la frontera.

Melucci, A. (2002). Acción Colectiva, vida cotidiana y democracia, México: El Colégio de México, 2002.

Orozco A. P. (2014). Subversión feminista de la economía. Aportes para un debate sobre el conflicto capital-vida. Madrid: Traficantes de Sueños.

Puleo, A. (2011). Ecofeminismo para otro mundo posible. Madrid: Grupo Anaya/ Edições Cátedra.

Santos, B. de Sousa. (2009). Una epistemologia del Sur. México: Clacso, 2009.

Santos, L. G. (2003) Tecnologia, Natureza e a “Redescoberta do Brasil” in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.

Santos, L. G. (2003) A nova colonização genética. (entrevista com Vandana Shiva) in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.

Sedeño, E. P. (1999). “Feminismo y Estúdios de Ciencia Tecnologia y Sociedad: nuevos retos, nuevas soluciones”. Em Barral, M.J; Magallón C. M; Sanchez M. D. (edts). Interaciones Ciencia y género. Barcelona: Icaria Editorial.

Shiva, V. (1995). El desarrollo, la ecología y la mujer. Ciencia, Naturaleza y Género. In Abrazar la vida. Madrid. Horas y Horas Editorial.

Siliprandi, E. (2000). “Ecofeminismo: contribuições e limites para a abordagem de políticas ambientais”. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v.1 n.1, jan/mar, pp.61 – 71.

Tait, Lima M.M.; (2011). Tecnociência e cientistas: cientificismo e controvérsias na política de biossegurança brasileira. São Paulo: Annablume.

Tait, M.M.L. (2015). Camponesas, feminismos e lutas atuais: resistência e potência na construção de epistemologias do Sul. Revista Mundos Plurales, v.2, n1, maio 2015.

Materiais jornalísticos (parcial)

Entrevista Silva Rivera Cusicanqui “La disponibilidad de lo inédito” , Março de 2014. Disponível em: http://anarquiacoronada.blogspot.com.br/2014/04/la-disponibilidad-de-lo-inedito.html

Entrevista com Francisca Rodrigues “Queremos construir um socialismo revitalizado, onde desapareça a diferença de gênero”, replicada no site do MST. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/04/13/queremos-construir-um-socialismo-revitalizado-onde-desapareca-a-diferenca-de-genero.html.

Reportagem de Lilian Brandt “As 10 mentiras mais contadas sobre os indígenas”, dezembro de 2014. Disponível em http://www.axa.org.br/reportagem/as-10-mentiras-mais-contadas-sobre-os-indigenas/.

Documentários (parcial)

1. Milson Betancourt, 2014.

Serie de tres documentales que presentan tres casos de conflictos territoriales en la Amazonia Andina a partir de las obras de la IIRSA (Iniciativa de Integración de la Infraestructura Suramericana). https://www.youtube.com/watch?v=sX4zA8QxnmM

2. Carlos Juliano Barros e Caue Angeli/Repórter Brasil, 2015. Webdoc “Corda no Pescoço” – série de quatro produções. O Brasil é o maior exportador mundial de tabaco e carne de frango. O que se esconde por trás desse caso de sucesso internacional?

https://www.facebook.com/ONGReporterBrasil?pnref=story

3. Márcia Paraíso/Plural Filmes e Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina, 2010. “Mulheres da Terra”. Sobre a vida e práticas de mulheres integrantes do MMC/Santa Catarina. http://www.pluralfilmes.com.br/filme_07.html