Episódios sobre impactos da mineração, racismo ambiental e pesquisas em terapia gênica foram premiados nesta quarta edição
A Rede de Rádios Universitárias do Brasil (Rede Rubra) divulgou nesta quarta (2) os vencedores do IV Prêmio Rubra de Rádio Universitário. Foram premiadas produções de rádio universitárias, webrádios e outros produtos de grupos de extensão ou pesquisa de universidades públicas ou privadas.
O prêmio conta com sete categorias: reportagem especial, documentário, podcast, radiodrama, divulgação científica, programa cultural e campanha institucional. O Podcast Oxigênio, produzido no Labjor e coordenado pela profª Simone Pallone, ficou em primeiro lugar nas categorias podcast e divulgação científica e recebeu uma menção honrosa na categoria campanha institucional.
Na categoria podcast, dois episódios foram enviados para representar as produções do Oxigênio. O primeiro foi o episódio “Entre a vila e a mina”, o terceiro da série, produzido por Yama Chiodi, com participação de Fernanda Capuvilla e edição de Elisa Valderano. A série de três episódios narra os impactos sofridos pela cidade mineira Itabira, conhecida por ser a cidade natal de Carlos Drummond de Andrade, que usou de sua poesia e suas crônicas políticas para denunciar a destruição que a atual mineradora Vale causou na cidade.
O segundo episódio enviado na categoria foi o episódio “Racismo ambiental: uma herança colonial”, produzido por Diana Mussi, Poliana Mendes, Talita Gantus, Raphael Alves e Larah Camargo como trabalho da Especialização em Jornalismo Científico. A edição também é da Elisa Valderano, com apoio de Isaac Luz. Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o programa mergulha nas raízes históricas do racismo ambiental e em como ele afeta, de forma desproporcional, populações negras, quilombolas e indígenas no Brasil.
Já na categoria divulgação científica, o primeiro lugar ficou para o episódio “A saga da terapia gênica brasileira para anemia falciforme”, produzido por Mayra Trinca e Andréa Nascimento como trabalho de conclusão de curso também para a Especialização em Jornalismo Científico. Os trabalhos técnicos são de Carolaine Cabral com auxílio de Isaac Luz. A orientação do trabalho foi de Daniela Manica. O episódio conta os desafios e entraves da pesquisa de uma terapia gênica nacional, mostrando como o desenvolvimento científico nem sempre é linear.
A série Termos Ambíguos produzida pelo Oxigênio em parceria com o Observatório de Sexualidade e Política (SPW na sigla em inglês) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro concorreu na categoria Projetos Institucionais, e foi agraciada com uma Menção Honrosa. A série explora o dicionário “Termos ambíguos do debate político atual”, produção do Observatório de Sexualidade e Política (SPW), com universidades. Cada episódio analisa um verbete, esclarecendo origem e uso pela extrema direita, de termos como Ideologia de gênero, Cristofobia, Marxismo Cultural, entre outros. Os primeiros episódios contaram com a participação de Daniel Faria, Valério Freire Paiva, Rafael Revadam, Tatiane Amaral, Nana Soares, Sonia Corrêa, Irene Chamim e Clarissa Reche e Simone Pallone.
Esta edição do prêmio recebeu 98 inscrições, a maioria para a categoria podcast, seguido de reportagens especiais e em terceiro, divulgação científica. Na seção de apresentação dos resultados, que encerrou o 2º EnRubra – Encontro Nacional de Rádios Universitárias, Nélia del Bianco, organizadora do prêmio, destacou a longa trajetória do Oxigênio (que completa 10 anos este ano) com produções de qualidade ímpar.
O Oxigênio recebe apoio do Labjor, do Nudecri na garantia da infraestrutura e apoio técnico, e, por meio de bolsas, dos Programas: Bolsa Auxílio Estudante (BAS) e Apoio a Projetos Institucionais (PAPI), da Unicamp: Programa Mídia Ciência, da FAPESP; e da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), que mantém o projeto SPW, além de uma parceria com a rádio Unicamp.
“Trata-se de um importante reconhecimento para o trabalho que vimos fazendo, entre estudantes dos cursos de pós-graduação do Labjor, que envolve, ainda, estudantes de graduação, colaboradores externos, sem contar nos inúmeros entrevistados e entrevistadas que já participaram dos mais de duzentos episódios produzidos”, afirma Pallone, que acrescenta: “este podcast é um laboratório importante para a formação de nossos estudantes que querem atuar no jornalismo científico e em divulgação científica em geral. E é um prazer trabalhar com tantas pessoas comprometidas com o O2 e com a divulgação de ciências, trabalhando de forma colaborativa”.
Por Mayra Trinca