Projeto faz parte de pesquisa desenvolvida no Laboratório de Estudos Socioantropológicos sobre Tecnologias da Vida, coordenado por Daniela Manica, do Labjor
A Rede Latinoamericana de Antropologia Feminista das Ciências e Tecnologias (RAFeCT) reúne pesquisadoras que atravessam temas de antropologia, feminismos e ciências no Brasil e nos países vizinhos. Oficialmente lançado em maio de 2025, o site da rede apresenta os grupos de pesquisa e um pequeno perfil de diversas pesquisadoras na área.
O projeto teve início no âmbito dos grupos de pesquisa de Manica, o Labirinto e o Mundaréu. A ideia era criar uma rede capaz de fortalecer e dar mais visibilidade para as pesquisadoras feministas no Brasil. O mapeamento foi contemplado com um edital da FAPESP, que possibilitou expandir a busca para a América Latina, inicialmente na Argentina e na Colômbia.
Participaram do encontro de lançamento, além de Manica, as alunas do Labjor que fazem parte do grupo de pesquisa, pesquisadoras de diversas universidades brasileiras e duas pesquisadoras argentinas envolvidas com o projeto. Com a rede, a expectativa é estreitar laços com outros grupos de pesquisa, aumentando as possibilidades de parcerias.
Sobre a página
Daniela Manica, pesquisadora do Labjor e coordenadora do projeto, destacou na live de lançamento a importância de “que a discussão situada, política e feminista sobre ciência e tecnologia na antropologia tenha um lugar de destaque, um lugar próprio, que não precise ser disputado ou negociado”.
Clarissa Reche, parte do grupo de pesquisa e principal responsável pelo desenvolvimento do site, explica que há uma intenção de resposta às redes sociais. A página é um local mais estável, capaz de armazenar um portfólio das pesquisas e atividades desenvolvidas pela rede. O site está ancorado nos servidores da Unicamp e contou com a colaboração da equipe técnica do Labjor para ser publicado.
A página também funcionará como um banco de fontes, já que centraliza diversas pesquisadoras da área e apresenta uma mini-biografia com interesses de pesquisa individuais de cada uma. Com isso, facilita o acesso de jornalistas a essas fontes, aumentando o alcance do público às pesquisas.
O site também contará com ações de divulgação científica próprias. O principal meio para isso será o blog, onde integrantes da rede poderão publicar textos divulgando suas pesquisas. Os textos serão republicados em inglês no blog Platypus, da Associação Americana de Antropologia. Além disso, a página possui uma seção de atividades realizadas pela rede, como participação em eventos.
A identidade visual
O projeto, como parte de um grupo feminista, foi construído coletivamente. A escolha do logo e das cores para a identidade visual não foge dessa regra. As principais cores da rede são roxo, verde e vermelho. Reche explica que o roxo

Peça de crochê que inspirou o logo da RAFeCT. Feito por Isabella Alves Guimarães.
entra como cor símbolo do feminismo, acompanhado do verde, que representa a luta pela legalização do aborto. E o vermelho remete ao sangue menstrual, que é um tema de pesquisa comum ao grupo.
Já o logo foi desenhado a partir de uma peça de crochê produzida por Isabella Alves Guimarães, pesquisadora e educadora no AMAA (Acervo Multimídia de Arqueologia e Antropologia), que faz parte da rede. O crochê entra como representação de uma tecnologia artesanal, tema que também perpassa os estudos do grupo, mas atua também como simbolismo que representa o entrelaçamento de linhas: de crochê e de pesquisa.